do amigo Júlio Ribeiro
Tudo foi tão rápido, que ainda resta na boca a palavra não dita,
o beijo de ontem, o gosto de instantes.
Repousa sobre a mesa um poema inacabado,
e um pouco de vinho da última inverna.
O que fazer das brasas que ainda queimam?
E dos relógios que teimam em dizer que a vida segue?
O que fazer dos livros não lidos, e dos segredos retidos
em cartas não enviadas?
Tudo foi tão rápido que o vento ainda sacode as cortinas,
e faz ranger a porta mal fechada.
A casa recende à café passado,
e o cão ainda espera o passeio...
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