domingo, 2 de fevereiro de 2020

MÃOS VALOROSAS


Dia 18 de novembro deste ano acenei o adeus ao corpo, agora frio, de minha mãe...
Um dia antes, ela deu adeus a existência, a uma sofrida existência...
No dia 16, enlutei-me ao vê-la, aos 78 anos, tão frágil...
Distanciando-se, por essa fragilidade, da vida ...
Naquela noite, peguei em suas mãos quentinhas ...

Lembranças muito boas sobrevieram enquanto deslizava suas mãos sobre as minhas...
articulei minhas memórias pensando nas mãos:

Mãos pedagógicas que conduziam ao saber;
paradoxalmente, de alguém que nunca tinha entrado numa escola como aluna...

Minha mãe aprendeu a assinar o nome e depois a ler na Bíblia...isso em casa...

Mãos fortes que nos encorajaram ao trabalho,
ética, justa e generosa...

Mãos de espiritualidade que nos revelaram Deus...
nunca dissociado da cultura e dos valores humanos

Mãos terapêuticas, que no abraço, no afago, no cafuné e no carinho,
nos trazia acolhida, cura pras dores...
dores de feridas infantis; das quedas, rasgos e contaminações...
dores de feridas adolescentes; das quedas afetivas,
dos rasgos dos sentimentos
e das contaminações emocionais dos outros...

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