domingo, 22 de novembro de 2015

CACOS

Tenho esse blog para extravasar emoções: quando muito, quando me entorna, quando transborda, então, buscar transformar esses afetos em palavras me coloca no eixo, me dá luz ao reencontro do caminho.
"Cada um sente de um jeito as coisas..." ouvi isso hoje.
Em algumas décadas atras ouvi que somos chamados a ajuntar cacos, mas não somos chamados a cuidar para que não se quebre... então, quando se vive os riscos de se quebrar não há busca de manutenções;  quebra dos acordos, das relações, das verdades de que se crê.
Ajuntar cacos é o que se há fazer depois que está quebrado. Não há outro caminho. Limpar, descartar ou reciclar e tocar a vida... o que se foi, foi. Não há mais. Há memórias, não há inteiros.
Quando há cacos, não há mais interice, se der para colar os cacos, serão cacos colados, não o inteiro.
O que resta ? Resta a essência, como diria Aristóteles. Os cacos são acidente do acidente. A essencia: areia; o acidente: a peça; outro acidente: os cacos.
Mas no trabalho de ajuntar cacos há que machucar ... necessário é ajuntar...