Tenho muitos casos. Morei no interior. Mudei muitas vezes. Fiz muitas amizades... das amizades surgem causos, da família surgem causos, de nossa história... que é a união de vários causos.
Nem todos são engraçados, nem todos felizes: mas todos são família, são amigos, são vida. Mesmo os que lembram o dia dos machucados.
Minha família de origem é aquela intermediária: nem tão grande, como nas décadas de 20, 30 ou 40; nem tão pequena como nos anos 80, 90 ou nos dias de hoje. Plagiando um escritor, "éramos 6" , um morreu de meningite antes de fazer um ano.
Próximo da minha casa (sítio), numa distância de tiro de espingarda, morava a comadre da minha mãe, casada com um irmão de meu pai (por parte de pai). Meus tios tiveram mais filhos que lá em casa. Alguns regulavam idade com a gente. No dia desse causo, tinha eu uns 4 ou 5 anos. Assim, o caçula de lá é um ano mais velho que eu. Próximo da idade do meu irmão há primos e primas. A amizade coexiste pelos laços consanguíneos.
Era uma manhã de sol, fim da primavera, perto do verão: as mangueiras carregadas pintavam de amarelo o chão do quintal. "Seu" Crioulo, todas as manhãs, alimentava os porcos com a doce fruta. Já contei do "seu" Crioulo aqui.
Com o canto do carro de boi, já pensei nos primos que chagavam pra visitar: as comadres precisavam "tricotar", e enquanto isso brincavam os primos. Corri mais que o vento pra me encontrar como carro antes mesmo dele cruzar a porteira, assim podia vir com eles fazendo a festa da chegada, cruzei um pasto pra atalhar e chegar na estrada. Correndo atrás do carro de boi, estendi a mão, como que solicitando ajuda pra subir, e queria fazê-lo em movimento: é mais excitante.
O caçula dos de lá, estendeu a mão e eu confiei o meu peso e o meu salto. Acho que com o empuxo, ele não aguentou. Deslizei do meio do meio do caminho para o chão. Quis girar o corpo pra não cair de costas, quebrei o braço direito em três lugares.

Nos dois sentidos da palavra.
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